sexta-feira, 27 de abril de 2012

BELCHIOR


24 de Abril de 2012


6 – BELCHIOR


- Um, dois, três, quatro, semeada no jardim
Cinco, seis, sete, oito, uma flor carmesim
            Nove, dez, onze, doze, com perfume de jasmim

  Um, dois, três, quatro, semeada no quintal
Cinco, seis, sete, oito, uma flor do olival
            Nove, dez, onze, doze, com perfume outonal

. Um, dois, três, quatro, semeada na planura
Cinco, seis, sete, oito, uma flor cor de doçura
            Nove, dez, onze, doze, com perfume de aventura

. Um, dois, três, quatro, semeadas pelo campo
Cinco, seis, sete, oito, as flores cor de sarampo
            Nove, dez, onze, doze, brilham como o pirilampo

. Um, dois, três, quatro, semeada neste vale
Cinco, seis, sete, oito, uma flor perdeu o caule
            Nove, dez, onze, doze, foi parar ao hospital

. Um, dois, três, quatro, está na hora de saltar
Cinco, seis, sete, oito, temos tanto para andar
            Nove, dez, onze, doze, antes do dia acordar

E foi assim, com esta estranha ladainha, que um grande coelho cinzento despertou o João Miguel.
Muito ensonado, sem saber se estava a sonhar, olhou para o animal que o aguardava sorridente.

- Olá! Está na hora de acordar! O meu nome é Belchior. Estou aqui para te ajudar…

mas antes que tu perguntes
dou-te uma informação
eu falo sempre a rimar
por causa da tradição

anões, sapos e coelhos
bruxas, florestas e espelhos
foi o que tu desejaste
nesta história que não leste

é hora de levantar
precisamos de fugir
antes do sol acordar
e esta gruta ruir

O João Miguel só teve tempo para pegar na caixa branca pois Belchior já saltitava veloz na direção de Okatonga. O coelho fazia muitos gestos e sinais para que ele o seguisse.
- Espera, espera por mim Belchior! Não saltes assim tão depressa… espera por mim!
Foi assim, desta maneira acelerada e quase sem dar por isso, que o João Miguel se aventurou pela escura e gigantesca floresta de Okatonga.

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